As ligas tratam-se de materiais metálicos formados pela junção de dois ou mais metais e usadas facilmente em construções; apresentando extrema eficácia na indústria de transportes e em mecanismos eletrônicos. Existem dois tipos essenciais de ligas: homogêneas e heterogêneas. Nas ligas homogêneas, átomos de diferentes elementos estão distribuídos de forma uniforme, como por exemplo, o latão, o bronze e as ligas de cunhagem. Por outro lado, as ligas heterogêneas compreendem misturas de fases cristalinas com diferentes composições, como por exemplo, a amálgama de mercúrio usada pelos dentistas.
As ligas apresentam estruturas atômicas mais complicadas que os metais puros devido ao fato de serem formadas por dois ou mais tipos de átomos de metal com diferentes raios. Uma liga na qual os átomos de um metal são substituídos por átomos de outro metal é chamada de liga substitucional (Fig.01).
Fig.01. Exemplo de Liga substitucional
Os raios atômicos dos elementos que formam ligas substitucionais não diferem em mais de 15%. Devido à pequena diferença de tamanho e de estruturas eletrônicas, os átomos do soluto em uma liga substitucional distorcem a forma do retículo, dificultando a migração de elétrons, o que acaba dificultando o deslizamento de planos de átomos. De forma geral, mesmo que uma mistura substitucional apresente condutividade térmica e elétrica mais baixa que o elemento puro, é mais forte e mais dura.
O aço trata-se de uma liga composta por aproximadamente 2% de carbono. Os átomos de carbono são bem menores se comparados com os átomos de ferro e não podem, portanto, substituí-los no retículo cristalino. Graças a essa mínima dimensão eles podem se acomodar nos interstícios (buracos) do reticulo do ferro, formando materiais conhecidos como liga intersticial. Para que ocorra a formação de um material intersticial, o raio atômico do elemento que é o soluto deve apresentar-se inferior a 60% do raio atômico do elemento “hospedeiro”
De forma geral, as ligas de metais tendem a se apresentarem mais resistentes e ter menor condutividade elétrica do que o metal puro. Nas ligas substitucionais, os átomos do metal soluto substituem alguns átomos de um metal de raio atômico semelhante. Já nas ligas intersticiais, os átomos do elemento soluto entram nos interstícios formado por átomos do metal que tem o maior raio atômico.
Referencia
ATKINS, P.; JONES,L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.p.292-293.